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Síndrome da Fase Atrasada do Sono: quando o relógio biológico não acompanha o ritmo social

  • Foto do escritor: Instituto Neurofeedback
    Instituto Neurofeedback
  • 10 de jun.
  • 2 min de leitura


A Síndrome da Fase Atrasada do Sono (DSPS, do inglês Delayed Sleep Phase Syndrome) é uma condição caracterizada por um atraso significativo no ritmo circadiano de sono-vigília. Indivíduos com DSPS geralmente adormecem e despertam mais tarde do que o considerado socialmente ou funcionalmente adequado — muitas vezes, apenas nas primeiras horas da madrugada, com dificuldades de acordar antes do meio da manhã ou início da tarde.

Causas e mecanismos

A DSPS é considerada um distúrbio do ritmo circadiano, mais comum em adolescentes e adultos jovens. Diferente da insônia clássica, o problema não está na capacidade de iniciar ou manter o sono em si, mas no timing com que o organismo inicia o ciclo de sono. Entre os mecanismos associados, destacam-se:

  • Desregulação da secreção de melatonina;

  • Alterações na resposta à luz (especialmente à luz azul);

  • Fatores genéticos e comportamentais;

  • Disfunção no núcleo supraquiasmático, principal marcador do relógio biológico no hipotálamo.

Sintomas principais

  • Dificuldade crônica para adormecer antes de 1h–2h da manhã (ou mais tarde);

  • Sonolência intensa durante o dia, especialmente nas manhãs;

  • Redução da performance escolar ou profissional por conta de privação de sono;

  • Dificuldade para manter compromissos matinais;

  • Melhora espontânea do sono em períodos sem obrigações, como férias.

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na anamnese e em registros do padrão de sono (como diários de sono e actigrafia). Em alguns casos, exames laboratoriais do sono podem ser indicados para descartar outras causas, como apneia obstrutiva do sono.

Tratamento e estratégias de manejo

O tratamento visa realinhar o ritmo circadiano e melhorar o funcionamento diurno. As abordagens incluem:

  • Cronoterapia: ajustes graduais e sistemáticos no horário de dormir;

  • Fototerapia: exposição à luz brilhante nas primeiras horas da manhã para adiantar o relógio biológico;

  • Higiene do sono rigorosa, com horários consistentes para dormir e acordar;

  • Evitação de telas e luzes fortes à noite;

  • Suplementação de melatonina, sob orientação médica.


É fundamental diferenciar DSPS de insônia e de outros distúrbios do sono. O manejo adequado requer abordagem multidisciplinar e sensibilização do paciente e familiares sobre a natureza circadiana da síndrome. A cronobiologia é um campo promissor no tratamento de distúrbios como esse, com implicações para desempenho cognitivo, saúde mental e bem-estar geral.


 
 
 

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