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Princípios da Teoria da Aprendizagem Aplicados no Neurofeedback

Foto do escritor: Instituto NeurofeedbackInstituto Neurofeedback

Atualizado: 31 de out. de 2024

O neurofeedback (NF) é uma técnica complexa que visa treinar a atividade cerebral por meio do monitoramento e feedback em tempo real. Sua efetividade depende da integração do conhecimento de várias áreas, especialmente do domínio das técnicas de modelagem comportamental. Essas técnicas são fundamentais para adaptar o treinamento às necessidades individuais, tornando o processo mais eficaz e personalizado. Segundo Sherlin, Arns, Lubar, Heinrich, Kerson, Strehl e Sterman (2011), a eficácia do neurofeedback pode ser potencializada através da adesão a sete princípios fundamentais da teoria da aprendizagem. Vamos explorar cada um desses princípios e entender como eles podem melhorar os resultados do treinamento em neurofeedback.


1. Velocidade do Reforço

A rapidez com que o reforço é fornecido é crucial. Um reforço atrasado reduz a efetividade do condicionamento, dificultando a associação entre a resposta e o resultado positivo. Portanto, garantir que o feedback seja imediato, com o conhecimento dos filtros usados e seus ajustes, é essencial para promover a aprendizagem eficaz.

 

2. Tipo de Reforço

O reforço deve ser cuidadosamente escolhido para criar uma associação clara entre a resposta e a recompensa. Na aprendizagem operante, isso significa que o tipo de reforço utilizado deve ser relevante e motivador para o indivíduo, ajudando a solidificar o comportamento desejado. O reforço deve levar ao ‘‘conhecimento dos resultados’’, destacando que sempre devemos "enfatizar o exercício em vez do entretenimento" (Egner & Sterman, 2006).

 

3. Modelagem

A aprendizagem em neurofeedback é altamente dependente do contexto do feedback. Modelar o comportamento significa ajustar o treinamento para atender às necessidades e ao ambiente do aprendiz, garantindo que o feedback seja relevante e aplicável. No caso do treinamento cerebral, isso significa ajustar os filtros na direção estabelecida a priori pela linha de base. Segundo Hardt & Kamiya, filtros no modo "automático" não deveriam ser utilizados como parâmetros de feedback e reforço.

 

4. Especificidade

Para promover a aprendizagem efetiva, é importante que as características do comportamento alvo sejam claramente especificadas e reforçadas de maneira discriminada. Isso ajuda os praticantes a focar em aspectos específicos da atividade cerebral, promovendo um progresso mais direcionado. O conhecimento sobre os ritmos cerebrais e neurofisiologia são diferenciais para a decisão do que especificamente se está reforçando.

 

5. Artefatos

Os artefatos no EEG podem comprometer a eficácia do tratamento. É vital que os profissionais sejam capazes de identificar e minimizar esses artefatos para garantir que o reforço se concentre nas respostas cerebrais genuínas, evitando que comportamentos indesejados sejam reforçados.

 

6. Reforço Secundário

As recompensas utilizadas durante o treinamento devem ser gratificantes para o indivíduo. O uso de reforços secundários que sejam significativos e motivadores pode aumentar a adesão e a eficácia do neurofeedback, tornando o processo mais envolvente. Estímulos verbais quando o treinando está tendo sucesso, pequenos prêmios ao final de uma sessão, são exemplos de reforços secundários que trazem maior adesão e efetividade do treinamento.

 

7. Generalização

Por fim, a aprendizagem em neurofeedback deve ser generalizada além do ambiente clínico. Para que o treinamento tenha validade, os resultados precisam ser aplicáveis no dia a dia do indivíduo. As habilidades e os comportamentos aprendidos devem ser transferíveis para situações reais fora da clínica. Isso é observável pelos relatos dos clientes e/ou familiares, pelas ferramentas de avaliação disponíveis e através da observação do próprio profissional que terá sempre um olhar atento ao seu cliente.

 

A aplicação desses sete princípios eleva a eficácia do neurofeedback, garantindo que o treinamento não apenas seja bem-sucedido na clínica, mas também resulte em melhorias práticas e duradouras na vida dos indivíduos. Estar atento a esses princípios na prática clínica promove uma verdadeira transformação na saúde mental e no desempenho cognitivo dos clientes.

Por isso é importante que ao escolher um profissional em neurofeedback se esteja atento para sua formação e sua capacidade técnica, que poderá ser aferida através de suas certificações, participação em eventos, encontros e instituições oficiais da área.


 
 
 

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